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Mário Soares

10.01.17

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Mário Soares foi, desde sempre, um homem controverso e cujas ideias e atitudes políticas geraram, também desde sempre, amores e ódios vários.

Mesmo não empatizando exageradamente com a sua figura e forma de estar, a verdade é que estamos reconhecidamente perante a morte de um dos portugueses mais ilustres e influentes da nossa história, daqueles que vão ficar “marcados” nos livros (se, no futuro, ainda existirem livros), provavelmente pelas melhores (e incontornáveis) razões.

Para muitos da minha geração, será inesquecível a campanha das presidenciais de 1986 e os anos seguintes como Presidente da República, embora os seus grandes e mais valiosos feitos pela democracia portuguesa tenham acontecido mais de uma década antes.

De Mário Soares guardarei também a imagem de um homem fixe com uma enorme dedicação à Liberdade, de um socialista corajoso e com convicções pouco ou nada dependentes das sondagens – e isto é raro e valioso, sobretudo nos dias de hoje.

 

 

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Presidente Trump

09.11.16

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Lembro-me bem de como andava meio incrédulo, há cerca de 8 anos, quando Obama e McCAin disputavam a presidência dos Estados Unidos e ouvia o senador em modo cowboy a “puxar” de forma boçal pelo povo americano e a quase conseguir o acesso à Casa Branca.

E se há uns anos estava incrédulo, tendo então uma consciência política diferente da que tenho hoje, a campanha de Trump e a sua pública verborreia mental foram-me deixando, nos últimos meses, em pré-choque.

1h30 da manhã e resolvi descansar. Afinal as eleições eram do outro lado e dos americanos. Às 3h não havia novidades, mas por que raio queria eu sabê-las em primeira mão? 4h nada. 6h30 indícios. Pouco depois a confirmação. E o receio do fim do mundo como o conhecemos.

Impressionante como o país mais influente do mundo elege um magnata para seu líder, depois de este perder os debates televisivos e ser confrontado por uma sucessão de escândalos e sondagens negativas. Inacreditável.

No discurso de vitória, Trump apareceu em modo estadista. Equilibrado, até porque a campanha já acabou, garantiu ótimas relações com todo o mundo e desejou a união de todo o povo americano - travando uma quebra dos futuros da bolsa de Nova Iorque, que apontava para ser maior da que a do 11 de Setembro.

Não tenho grandes dúvidas que quando a euforia passar e os conflitos internacionais lhe caírem no colo e os problemas sociais, económicos e políticos dos Estados Unidos tiverem que ser discutidos, a probabilidade do “verniz estalar” é enorme. E aí, muito provavelmente, teremos um pistoleiro Trump em ação - com as péssimas consequências que podem advir para o mundo como o conhecemos.

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O último debate

20.10.16

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Foi ontem o terceiro e ultimo debate Clinton - Trump antes das eleições nos Estados Unidos, tendo as sondagens dado a vitória a Hillary. A 3ª consecutiva, embora esta com menor margem.

Os candidatos não trouxeram nada de novo nem relevante aos temas mais “fraturantes” da política americana e a discussão foi marcada por menos agressividade, mais equilíbrio e pelos fait divers do costume – e que para nada servirão na altura da governação.

De Trump, no debate de ontem, retenho um hilariante “Ninguém respeita mais as mulheres do que eu” e um inacreditável “logo se vê”, quando lhe perguntaram se aceitaria o resultado das eleições, se este não o favorecesse.

Já o tinha dito aqui. Trump é irresponsável, básico e boçal, racista e preconceituoso. É também, provavelmente, a mais séria ameaça a que se concretize uma terceira guerra mundial, se vencer a corrida à Casa Branca. Mas para isso acontecer, ainda mais quando fatias importantes do eleitorado se têm afastado da sua candidatura, seria preciso um “golpe de teatro” histórico, num curto espaço de tempo.

8 de Novembro. Logo se vê...

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Azar

13.10.16

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Ontem foi dia do ministro do ambiente ir à comissão parlamentar de economia justificar a falta de bilhetes no metropolitano, sentida desde Setembro pelos utilizadores do transporte publico.

Para o Sr. Ministro, que disse saber da existência de apenas um fornecedor de bilhetes, tratou-se de azar. Para além da responsabilidade ser do anterior governo (como não podia deixar de ser), as filas intermináveis em algumas estações, sobretudo no aeroporto, são, enfim, má sorte.

Caro Sr. Ministro, azar é perder o metro porque se tropeçou numa casca de banana. Obviamente trata-se de má gestão, que penaliza gravemente quem precisa de se deslocar profissionalmente e conta com o metro para o fazer rapidamente. Obviamente trata-se de pura incompetência de sucessivos ministros (onde está incluído), que prejudica a imagem do país para quem chega de férias e tem as expetativas em alta. Obviamente, o caos instalado não é em momento algum… azar.

Espera-se uma resolução rápida do assunto. Ouvi dizer que está já convocado um conselho de emergência de magos e feiticeiros, ainda esta semana. E se não conseguirem “dar conta do recado” há já uma pré-convocatória para uma assembleia de cartomantes, na próxima noite de lua cheia.

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Guterres

08.10.16

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Mesmo sendo difícil esquecer que enquanto Primeiro-Ministro de Portugal não foi brilhante, a eleição de António Guterres para Secretário-Geral da ONU só pode ser, naturalmente, um motivo de orgulho para todos os portugueses.

Recordo-me da sua frase dita com aparente convicção, em momento difícil e ainda em Portugal como PM: “se este governo for colocado entre a espada e a parede, preferirá a espada”. Mas era mesmo só aparente, a convicção. O guterrismo distinguiu-se sempre pelas palavras, negociações e acordos vários, o que o levou a sistemáticas acusações de falta de coragem política por parte da oposição (externa e interna, do PS).

Em muitos momentos exigiam-se medidas menos populares, mas foi sempre dada primazia ao diálogo na tentativa de consensos – e terá sido esta uma das razões que, na altura, “tramou” o engenheiro. Paradoxalmente, agora é uma das principais virtudes que o levou a nono Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas.

Se recuarmos no tempo, facilmente conseguimos lembrar-nos de como a postura dialogante de António Guterres foi absolutamente fundamental para o reconhecimento internacional da independência de Timor, mas hoje o desafio é muitíssimo maior e espera-se que os seus dons na oratória motivem muito mais gente.

Guterres é um diplomata e um humanista e tem o grande mérito de se ter reinventado quando saiu do governo e deixou o país numa espécie de pântano político, tendo em pouco tempo assumido (e bem) o papel que lhe estava no ADN.

Tem também o grande mérito de ter superado um processo de escolha complexo e muitas vezes minado por pressões, como as do ainda Secretário-Geral Ban Ki-moon que fez campanha contra ele, justificando a mesma dizendo que o cargo deveria, nesta fase, ser ocupado por uma mulher.

Como Alto Comissário para os refugiados teve a oportunidade de acompanhar de perto, na ultima década, os seus dramas e o conflito entre as preocupações de segurança e os deveres humanitários - e este será um tema onde mais imediatamente poderá intervir. Mas o terrorismo e as tentativas de diálogo com seres extremistas irracionais, a Síria e outras guerras, serão igualmente situações extremamente desafiantes; como o será também, “em casa” gerir EUA e Rússia, membros do Conselho Permanente em regulares discórdias.

Quando recebeu a recomendação do Conselho de Segurança da ONU, enalteceu as palavras humildade e gratidão no seu discurso. Que elas o guiem por bons caminhos, num mundo onde as movimentações de pessoas atingem números históricos e a guerra e o terrorismo assaltam o pensamento de praticamente todos os mortais.

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No primeiro debate dos candidatos à presidência americana, os analistas deram uma vitória clara a Hillary Clinton. E ainda bem, que ter mais um troglodita a comandar um país - ainda por cima com a preponderância e importância que assume à escala global - é coisa de que seguramente não precisamos.

Ataques pessoais misturados com posições ideológicas foram uma constante, numa discussão até relativamente “morna” e que trouxe aos espetadores exatamente o que se esperava dos candidatos.

Hillary de discurso planeado, Trump de mal preparado e a responder muitas vezes de improviso (embora recorrendo com frequência a cábulas). Hillary controlada, Trump indisciplinado e em constantes interrupções. Hillary a evocar e a sua experiência em diplomacia na negociação de acordos de paz e Trump a referir tratar-se de uma má experiência - e a aproveitar para lembrar a fraca resistência física da candidata democrata. Hillary a assumir publicamente o erro de ter usado contas de e-mail privadas para fins profissionais quando foi secretária de estado e Trump a não querer revelar declarações fiscais e a ficar calado quando questionado pelo fato de não ter pago impostos federais. Hillary a querer tirar as armas das mãos de quem as não deve ter e Trump a falar dos gangues que andam pelas ruas cheios de imigrantes ilegais. Hillary a reafirmar que o país não pode ter como presidente “um homem que pode ser provocado por um tweet”, referindo-se à potencial reação e uso de armas nucleares, Trump a dizer que essa “tecla” está gasta.

Na ressaca do debate, o New York Times e Washington Post atacaram Trump nos seus editoriais, dizendo que mente e tem "uma visão distorcida da realidade". De fato, é pouco mais do que um irresponsável, básico e boçal, racista e preconceituoso. Mas, a verdade também, é que Hillary também não transmite a confiança ou o carisma de um presidente como Obama… que vai deixar muitas saudades.

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Qual “jornalista”, pretensa mente imensa ex-encostada ao Sol, José António Saraiva vai lançar dentro em breve uma espécie de “livro proibido” sobre políticos.

O conteúdo resume-se a conversas e trocas de correspondência privada, em parte com gente morta, puxando o arquiteto sem palco pelo picante - a ver se lhe estendem um palanque qualquer. E parece estar a ter sucesso, pelo destaque que os media lhe estão a dar.

Este “escritor”, que disse um dia ter a ambição de ganhar o Nobel da Literatura, vai colocar nos escaparates um verdadeiro monte de lixo, porque, segundo diz, era egoísmo guardar para si estas vivências. Diz também que ninguém o leu até ser entregue ao editor, nem mesmo a mulher, que se lesse não o deixaria publicá-lo – o que é uma pena, diga-se.

Não sei se o que o “homenzinho” e a editora estão a publicar é ou não crime, mas devia ser. E no meio de tanta indignidade e anormalidade junta, qual cereja em cima do bolo, a “obra” vai ser apresentada pelo ex-primeiro ministro Pedro Passos Coelho. Outstanding!

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As casas com vista privilegiada e maior exposição solar vão pagar mais IMI, segundo o diploma publicado esta semana no Diário da República.

Basicamente, o chefe Costa “baralha e volta a dar” com o objetivo  de alargar os impostos a pagar pelos portugueses, esperando que esta forma criativa de “sacar” mais uns milhões do bolso dos contribuintes não seja relevada.

Sem falar no ridículo dos critérios e na inacreditável subjetividade das avaliações (provavelmente feitas por alguém numa qualquer repartição de finanças e através do google maps), confesso ter alguma esperança que esta “costa espertice” funcione como uma espécie de “tiro pela culatra” para o governo.

Se pensarmos que as reavaliações só acontecerão a pedido dos proprietários (que só o farão se as simulações apontarem para uma redução de valor) e/ou dos autarcas (que, como se sabe, com a avidez de ganharem eleições, jamais arriscarão tal movimento), é bem possível que, afinal, possamos estar perante um cenário de redução do imposto arrecadado.

O único senão nesta situação (digamos que será um mal menor) será “aturar” a propaganda socialista, que rapidamente virá a terreiro dizer que, como seria de esperar, as alterações dos critérios levaram a que os portugueses passassem a pagar menos IMI…

A verdade, no entanto, é que tão má é esta atitude governamental, como a da letárgica oposição - que parece estar de férias desde que foi destituída de funções governativas, agindo sempre à posteriori e com uma passividade verdadeiramente assustadora.

Enfim, uma vez que já tenho a penalização da vista diária privilegiada (não conto que a minha linda mulher saia de casa), espero que não se lembrem de taxar também as casas em zonas onde há pokémons… que com quatro crianças à caça nas redondezas, temo não conseguir pagar mais.

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