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No final da época passada, tinha a plena convicção de que o Sporting poderia este ano, finalmente, quebrar o jejum de títulos de relevância no panorama do futebol português. A receita seria simples - disse-o aqui quando parabenizei o nosso rival pela conquista do último campeonato - falar menos e com menos bazófia.

Infelizmente, quem manda no Sporting, não tem a capacidade de trabalhar bem a imagem do clube. Infelizmente, o nosso presidente legitimamente eleito – e, como tal, com o nosso apoio até ao fim do mandato – não tem a postura nem o comportamento de quem está à frente de um grande clube. Longe disso.

Apontar armas e disparar sobre tudo e sobre todos, é infantil e inconsequente. Considerar os rivais oposição é estupido. São apenas rivais e vivem felizes com o seu sucesso e fracasso dos outros. Ponto. Somos iguais. Porquê a obsessão com os da 2ª circular e o “troco” dado aos seus pouco mais do que acéfalos comentadores desportivos, que gostam de mandar bojardas para uma horda de seguidores sedentos de lixo?

Denegrir e ameaçar publicamente a oposição (a verdadeira, de outros sportinguistas convictos) roça a asnice e não faz qualquer sentido. Seria tão mais inteligente e fácil tentar resolver os diferendos de forma racional e dentro de portas - mesmo sabendo que a maioria dos opositores tem sede de poder e não vai deixar de existir. Podíamos ganhar tanto, mas tanto, Sr. Presidente!

Com isto, não quero dizer que não esteja a fazer algumas coisas bem feitas. Aparentemente tem-se preocupado em fazer uma boa gestão financeira do clube (embora duvide que não exista uma espécie de efeito boomerang num futuro a curto-médio prazo, fruto de apostas que parecem desenquadradas da realidade financeira do desporto em Portugal), tem tido a capacidade de ter bons treinadores na equipa principal, tem apostado no reforço e regresso ao topo das principais modalidades extra futebol e tem tentado devolver mais ecletismo ao clube.

Tem também estado sempre presente, dando a cara nos bons e nos maus momentos. E foi isso que fez, de forma impetuosa com o energúmeno presidente do Arouca. Deu a cara.

A propósito deste assunto, vi ontem as imagens com atenção. E defendendo os interesses do Sporting, o nosso presidente que tanto gosta de estar perto de atletas, devia ter recolhido ao balneário sem responder à figurinha, por muito que este merecesse uma cabeçada no meio dos olhos. Tão simples, tão mais maduro para um Presidente.

Ainda assim, neste tema, há que sair em defesa de Bruno de Carvalho. Mesmo. Poucos instantes antes do Coronel Arouquense aparecer (sim, o senhor é visto no Arouca como uma espécie de coronel, como aqueles que existiam no Brasil no final do século XIX, com capatazes e filhos prepotentes – que viviam na sombra do medo criado pelos pais e a quem, na verdade, fizeram falta umas valentes lambadas no focinho quando eram pequenos), vê-se BDC a inalar o cigarro eletrónico. Logo a seguir é empurrado no abdómen pela figurinha ridícula e o ar é expelido. Tudo o resto que se escreve e diz acerca de uma cuspidela é pura especulação e uma tentativa de aproveitar o arruaceiro calcanhar de Aquiles da direção do Sporting.

Bruno de Carvalho podia ser um Senhor Presidente, com uma arrojada lavagem de humildade. Era de esperar que os consecutivos falhanços desportivos naturalmente lha dessem, mas não aconteceu e, infelizmente, já percebemos que não vai acontecer. Parece ter encontrado no cargo uma forma de concretizar um desejo de infância e julgo que as lições de sportinguismo que tanto gosta de dar, achando-se mais sportinguista que todos os outros, são próprias de alguém demasiado egocêntrico para assumir a presidência do Sporting Clube de Portugal.

Por vezes, faz-me lembrar o nosso ex-primeiro ministro José Sócrates, que também andou a dar lições de democracia pelo país fora, achando-se mais democrata que toda a gente e encontrou no cargo uma forma de concretizar os sonhos de infância de brincar com carrinhos e comboios - quando começou a construir estradas “à maluca” ou obcecou com a história do TGV.

Pelo bom nome do Sporting, espero que o Bruno não siga as pisadas do Zé.

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16 comentários

De DanielS a 17.11.2016 às 12:02

Muito bom texto,

Identifico-me com grande parte do que é exposto, no entanto, se me permite, há apenas um pequeno detalhe que parece que está a escapar á generalidade das pessoas...ou talvez não.

Este episódio foi um ataque ao Sporting Clube de Portugal, através da figura do seu presidente. Não se trata de desculpar o que quer que seja, trata-se de analisar as coisas como elas são...qual o intuito de Carlos Pinho para provocar aquela confusão? o que tem a ganhar o presidente de um clube modesto como o Arouca em comprar uma guerra com um clube da dimensão do Sporting? Se o Sporting tivesse faltado ao respeito ao Arouca, compreendia a atitude de Carlos Pinho, ainda que condenável, mas conseguia entender.

Outra coisa muito interessante, cuspidelas sentidas com uma semana de atraso, não vejo como é possível que, caso tivesse de facto acontecido, não fosse denunciado por Joel Pinho na CI, estamos a falar de um ato que é tão ignóbil, tão moralmente condenável, como uma agressão física. Mais, se no absurdo dos absurdos, tiver existido uma cuspidela não terá sido certamente aquela mancha que se vê, daquele tamanho? só se Bruno de Carvalho for uma espécie de Lhama, é que se insistem em chamar cuspidela ao vapor que sai, então Carlos Pinho tinha que, no mínimo, limpar a cara, digo eu (agora inventem que ele limpou a cara ás mãos)

Por fim, importa referir que o que era pretendido com este ato foi conseguido, danificar ainda mais a imagem de Bruno de Carvalho e por arrasto do Sporting, a nível nacional e internacional, e se noutros casos foi o nosso presidente que se pôs a jeito, neste caiu completamente na armadilha. Bruno de Carvalho é o culpado, não mais interessam as atitudes de Carlos Pinho e as consequentes agressões aos stewards, não interessa o gesto a chamar os jogadores do Arouca como quem diz "Venham que vai haver porrada", tudo isto passou para 2º plano e passámos para um linchamento público ao nosso presidente, do qual eu não irei contribuir. Que fique claro que pouco importa que o presidente do Sporting se chame Bruno de Carvalho, Godinho Lopes, Soares Franco ou Dias da Cunha, isso é o que menos interessa, interessa é perceber que este episódio visa única e exclusivamente prejudicar e desestabilizar o Sporting Clube de Portugal.

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