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O above e o below na publicidade, na política, no desporto e na vida em geral. E algumas histórias entre linhas.
Que merecem MESMO ser vistas. Shell.
Não posso dizer que esteja no meu top de preferências musicais, mas gosto genuinamente de Bob Dylan. Consistente, coerente, um cantautor “à antiga”, como Cohen ou Buarque (de quem gosto mais). E fiquei arrepiado quando vi a notícia na televisão, ontem à hora de almoço. Prémio Nobel.
Independentemente das qualidades literárias inegáveis e do “lugar ao sol” mais do que assegurado na tradição literária americana, este é, provavelmente, o Nobel da Literatura mais polémico da história e, seguramente, de muito difícil poder de encaixe para os amantes de literatura mais céticos e “puros”, que inflamadamente têm atacado a Academia Sueca.
A estes digo que não é um apocalipse. É óbvio que há outros (tantos) extraordinários escritores que podiam ter vencido este ano. Mas também Proust ou Jorge Luis Borges poderiam (mereceriam!) ter vencido noutros tempos e isso não aconteceu.
Lembremo-nos que a literatura, por definição, é a “arte de compor obras em que a linguagem é usada esteticamente, procurando produzir emoções no recetor”. E Bob Dylan é absolutamente genial neste ponto. E no futuro poderá ser lembrado por ter terá tido o condão, mesmo sem o saber, de não nos deixar ver a literatura como uma “categoria” estanque, de ter ajudado a redefinir e ajustar as fronteiras do que podemos considerar literatura. E de nos ter desafiado e desassossegado também na escrita, para além da música.
The Times They Are a-Changin. Que bom, digo eu!
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