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Sou sócio do Sporting há 35 anos. Desde tenra idade vou ao estádio, primeiro com o meu pai e agora com o meu pai e com os meus filhos. Desde sempre senti na pele alguns dos valores pelos quais o clube se guiava, nomeadamente os da transversalidade social, do ecletismo, da admiração pelo desporto em geral e em especial pelos atletas.

Com os anos, vi a boa educação e o respeito por quem está dentro e fora do clube, sejam sócios ou simpatizantes, ser o ponto de partida para o que une os sportinguistas, sobretudo nos maus momentos (e, sim, têm sido alguns).

Como em todo o lado, há quem o faça melhor, quem o faça pior, ou até mesmo, quem se esteja nas tintas para isto tudo e viva a paixão pelo clube de forma praticamente selvática. Felizmente, neste caso, uma minoria.

Ontem, o nosso presidente Bruno de Carvalho, lá lançou mais um comunicado nas redes sociais, carregado de palha e escrito como se o mundo em geral não fosse mais do que um conjunto de acéfalos.

Eu, nos confins do seu reinado, acreditei no homem. Não duvido tratar-se de alguém que ama incondicionalmente o clube e que tudo tenta fazer na defesa dos seus interesses. Reconheço-lhe até alguma importância nas negociações com terceiros e na valorização dos ativos. Foi, sem dúvida, relevante para “quebrar” a inércia e poderes instalados, para “acordar” o clube e devolver o orgulho de ser sportinguista a muitos de nós.

Mas tenho agora uma imensa tristeza por estar a ver a total desintegração de valores do clube, nomeadamente o do respeito pelos outros (todos, em geral, sportinguistas ou adeptos e dirigentes de outros clubes).

Admito que as picardias são indispensáveis e fazem parte do futebol e do desporto em geral, que as “bicadas” frequentemente até dão algum ânimo à coisa, mas fazê-lo por sistema de forma ridícula e hostil e a roçar a má educação, está longe (tão longe) das bases do desporto em geral. Dos valores do Sporting.

E se é nos momentos maus que nos devemos unir mais do que nunca, no sentido de juntos dar algum alento a uma equipa fragilizada, fica difícil fazê-lo com um pretenso líder que, infelizmente, não aprende com os erros. Que tem um ego a roçar o insuportável. Que nas vitórias dá voltas olímpicas ao estádio com os jogadores às cavalitas e nas derrotas faz birras e foge cobardemente, para (provavelmente) fumar um cigarro eletrónico nos túneis - onde não devia estar. Que gosta de mandar areia para os olhos dos sócios e simpatizantes, investindo milhões como nunca nas modalidades secundárias - mas não ganha nada com isso. Que acha que a contratação de estrelas para a equipa de futebol feminino, apresentadas no intervalo dos jogos, vale mais do que puro folclore. Que anda a semear tempestades dentro e fora de casa e que crê que ter os rivais no “top of mind” (parece uma cena patológica!) pode trazer bons resultados. Que não percebe que rasgar contratos, causando desta forma prejuízos graves ao clube, pressionar e “despachar” quem não está de acordo com a estratégia da atual direção, não é uma forma de ganhar respeito - antes pelo contrário.

É óbvio que esta também não é altura para aparecerem debaixo das pedras candidatos por impulso a apregoar felicidades futuras; como ele o fez, diga-se, nas desgraças várias de Godinho Lopes – não tendo por isso o direito de se indignar.

Gostava de acreditar num futuro melhor para o Sporting a curto-prazo, mas parece-me que a teia se aperta definitivamente e já não teremos mais voltas olímpicas do atual presidente esta época – e isso, para todos os efeitos, é um mau sinal.

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