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O above e o below na publicidade, na política, no desporto e na vida em geral. E algumas histórias entre linhas.
Com o objetivo de combater a sinistralidade dos peões em Paris, a Segurança Rodoviária local lançou uma campanha original e viral. Basicamente, os peões a atravessar a estrada com o semáforo encarnado, são surpreendidos por sons de derrapagem de pneus. Naturalmente assustados, são seguidamente impactados por uma imagem sua num mupi, com a mensagem “Não corra o risco de ver a morte à sua frente”. Muito bom, vale a pena o alerta - que apesar de efetuado em Paris, deve ser feito à escala global.
Geralmente entro na garagem do meu local de trabalho ao mesmo tempo que está a começar a Mixórdia de Temáticas e não são poucos os dias em que fico dentro do carro mais uns minutos, à conta do talento de quem as faz. Há rúbricas e programas de rádio que - se fosse possível - podíamos pagar para ouvir, tal a sua genialidade.
Hoje foi mais um dos dias que fiquei preso no carro mais uns minutos. Vale a pena ouvir aqui a História de Portugal, por João Ricardo Pateiro.
Que merecem MESMO ser vistas. Giffgaff.
(algumas merecem ser vistas pela estupidez; do género "são tão más, que dão a volta e ficam boas")
Começou com a morte de um adepto do Sporting - podia ter sido do Benfica, era a mesmíssima coisa. Seguiram-se um convite cínico e uma resposta pateta, ao triste nível do convite. Aconteceu um jogo. Seguiram-se mais fait divers carregados de imbecilidades várias. Na prática, morreu um individuo por bárbara atitude de outros indivíduos e quem fala demais continua a alimentar ódios. Isto é futebol?
Já o disse aqui várias vezes: para esta época desportiva só era preciso (muito) menos verborreia vocal inflamatória para evoluirmos e estarmos mais perto de construir o futuro e sermos campeões. Infelizmente, a direção do Sporting manteve-se e a falta de clarividência (e de classe) de quem manda também. Continuamos a disparar para todo o lado, lançando fumo e postas de pescada por tudo e por nada, achando ser donos absolutos da verdade e da razão em todos os temas relacionados com bola. E a questão é que, mesmo tendo razão em alguns dos assuntos, ela esvai-se, dilui-se e perde-se com tanto folclore e fogo-de-artifício juntos. E, como se já não bastasse um líder com uma garganta do tamanho do túnel do Marão, este ano juntou-se-lhe um tal de Saraiva, que com as suas palermas saraivadas inconsequentes e telecomandadas à distância, enche de vergonha alheia a generalidade dos sportinguistas.
Neste jogo especifico de palavras, houve no entanto uma coisa que mudou. O presidente do clube rival - que, como se sabe, tem telhados de vidro que não acabam e está muito longe (muito mesmo) de ser um anjinho - não deve ter tomado os comprimidos e resolveu “abrir o bico”. E se até aqui os silêncios do Kadhafi dos Pneus até destilavam veneno e eram, na maior parte dos casos, mais poderosos do que a conversa dos fala-baratos, desta vez deu-lhe para “borrar a pintura”.
Para além de umas quantas “verdades de La Palice”, às tantas, e sem qualquer tipo de vergonha (e respeito), perguntou à comunicação social o que fazia um adepto do Sporting no estádio da luz às 3h da manhã.
Vieira, largo devedor à banca, mais um grande cérebro do futebol português, em tempos sócio dos 3 grandes a ver para que lado “tombava” a sua sorte, presidente de um grande clube que apoia claques ilegais (e, portanto, responsável máximo por todos os atos de vandalismo que lhes possam ser associados) devia, também ele, estar calado.
Será que alguma vez perguntou aos adeptos do seu clube a razão pela qual tantas vezes rondam e destroem património do Sporting, seja a que horas for? E não seria a altura de, já que resolveu falar, condenar de forma assertiva o suficiente os petardos e as cadeiras arremessados pelas claques (des)organizadas do Benfica?
Provavelmente julga que os silêncios recorrentes remetem para o esquecimento das selvajarias cometidas durante a poluta carreira presidencial, nomeadamente os ordenados pagos a jogadores de equipas adversárias em vésperas de jogos com o Benfica ou as contratações de jogadores de equipas adversárias, também em vésperas de jogos com o Benfica. Ou as trocas de jogos para o Algarve, ou as invasões de estúdios ou a famosa porta 18. Só que não.
Sinceramente, gostava muito que a posição do presidente do Sporting se sobrepusesse a discursos mal-intencionadas de terceiros, que o veneno destilado por uns não alimentasse o ódio de outros. Que os presidentes se focassem no que faz os adeptos ir ao estádio ou ficar pregados a uma televisão durante 90 minutos. Gostava, mas sei que não vai acontecer, pelo menos a curto-prazo. Diria até que, infelizmente, estão bem um para o outro.
Dentro de campo, que devia ser o que mais interessa, ganhou o Benfica. E duas vezes. No Sábado empatando em Alvalade e no Domingo, com o empate nas Antas. E só por milagre perderá o campeonato. Que, diga-se, justamente lhe será entregue - sobretudo pela ineficácia do Porto e pela estúpida estratégia palradora dos principais dirigentes do Sporting.
O regresso é, seguramente, o pior das férias. Voltar depois de uns dias extraordinários 100% dedicados à família não é fácil.
Mesmo que estar de férias não implique - de todo - estarmos alheados das notícias do mundo ou da parte profissional, chegar ao ponto de partida implica uma espécie de confronto mais próximo dos sarampos, atentados ou derbys, para o qual não nos sentimos preparados.
Mesmo sabendo que a vida diária por cá é boa (muito boa) e que seria com toda a certeza muito pior se não tivéssemos a possibilidade de ir e “fugir” das rotinas, o triste e forçoso “descolar” outra vez uns dos outros e o voltar a habituar o corpo (e a mente) a uma adrenalina permanente são inevitabilidades de que - definitivamente - não gostamos.
Este regresso é também uma espécie de barómetro que espelha bem o quão bons foram estes dias na Bahia. Para recordar. E repetir, tantas vezes quantas o tempo e as poupanças nos permitam.
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