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O above e o below na publicidade, na política, no desporto e na vida em geral. E algumas histórias entre linhas.
Tenho o (in)feliz hábito de me deitar tarde. Por uma série, um livro, um filme, jantares ou simplesmente o prazer de uma boa conversa, nunca quero saber (nem me lembro) que tenho que acordar todos os dias às 6h45 para levar os miúdos à escola. Ontem, por uma imperdível noite quente, foi um passeio na Feira do Livro e um jantar tardio com a melhor companhia do mundo no Bairro do Avillez, que me levou a deitar (bem) tarde.
O pior disto é que são alguns os dias em que o meu caçula Mateus resolve não dormir bem ou acordar cedo - e hoje foi um desses dias. Por volta das 6h da manhã, o pequeno estafermo - que, de repente, parece apaixonado pelo pai – resolve chamar e obrigar-me a ir para a cama dele, de onde saio ao fim de 10 minutos, para voltar à base. Ele não se fica e vem para a minha cama chatear a dizer que queria brincar com carrinhos. Entre o dormitar e o “quero o carrinho” tocou o despertador. Brothers in Arms, versão ao vivo do On the Night dos Dire Straits (1993) tem estado a acordar-me nos últimos dias e assim que começaram os primeiros acordes, os olhos dele muito abertos saltaram para cima dos meus. E ele para cima de mim. Em silêncio, embrulhado ao meu colo, ouviu a música até ao fim. Perguntei se tinha gostado, ouvi primeiro um “shim” e depois um “outra vez”. E ouvi, ouvimos outra vez, a olhar um para o outro. Dia ganho para mim e a esperança maior de que a boa música atravessará gerações sem limites temporais.
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