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O above e o below na publicidade, na política, no desporto e na vida em geral. E algumas histórias entre linhas.
Ninguém tem dúvidas que o estimado treinador do meu clube é, regra geral, muitíssimo competente.
Ninguém tem dúvidas que o Sporting melhorou significativamente a performance desportiva da sua equipa principal, graças à sua forma de estar, treinar e à sua atitude e sapiência para pensar o jogo.
Ninguém tem dúvidas também, que ontem fizemos um grande jogo no Bernabéu graças à forma como organizou, estruturou e motivou a equipa.
Mas ninguém tenha dúvidas que falhou clara e estupidamente quando resolveu avançar com incompreensíveis substituições, no timing errado e sem sentido absolutamente nenhum. E custa-me (e a todos os sportinguistas em geral), ver um trabalho notável ir “por água abaixo”, sobretudo quando não esperamos deslizes do nosso, quase sempre, espetacular mestre da tática.
Numa explicação muito básica: quando a uma equipa equilibrada e ainda com capacidade de “pôr em sentido” a defesa adversária, são retirados - com tanto tempo de jogo ainda pela frente - o principal elemento desequilibrador e o elemento mais consistente, obviamente, a seguir, só podia correr mal. E correu. Gelson estava a “partir a loiça toda” e a “prender ” o lateral esquerdo e os médios defensivos (e ofensivos) do Real e Adrien estava a ser o pilar do meio campo e de toda a teia defensiva - e ainda era quem conseguia fazer com mais discernimento a transição para o ataque.
A partir deste momento - e não querendo dar enfase que mais valem (claramente e à data) um Gelson e um Adrien quase mortos do que um Markovic e um Elias bem vivos - foi ver o Real Madrid reequilibrar-se, sair do estado meio aturdido em que estava (surpreendido pela atitude e competência do Sporting) e ter o mérito de acreditar que era possível dar a volta ao resultado… nem que fosse “à lei da bomba”.
Evidentemente quem vos escreve só vê o lado de fora do jogo e fá-lo depois dos acontecimentos, o que é bastante mais fácil. E sabe infinitamente menos de futebol acordado do que o génio a dormir. Mas quem viu o jogo comigo, sabe o que me ia na alma com aquelas bestiais (de besta, mesmo) substituições e a evidência que ambas traziam à equipa e ao previsível desfecho.
Digamos que as probabilidades de ganhar o jogo em Madrid eram francamente reduzidas, para não dizer nulas. Talvez por isso, praticamente 24 horas depois e independentemente do imenso orgulho em toda a equipa, ainda me custe (muito) digerir as desnecessárias substituições a meio da 2ª parte e a iníqua derrota - quando a glória de vencer o campeão europeu esteve a míseros minutos de distância.
Enfim, quando a besta se apodera do génio (geralmente, pelo histórico, típico nas competições internacionais), está tudo (pardon my french) fodido. Talvez seja por isso que o nosso estimado mister nunca tenha saído de Portugal para treinar no estrangeiro. Pelos vistos a mudança de ares, às vezes, tende a fazer-lhe mal…
Saudações Leoninas.
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