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IT está já há algum tempo nas salas de cinema com algum sucesso. Basicamente, o filme de terror conta a história de uns pré-adolescentes que desaparecem misteriosamente, sendo o culpado um palhaço.

Fazendo referência de forma subliminar ao seu mais direto concorrente, a Burger King desenvolveu uma campanha na Alemanha, surgindo nos momentos finais do filme quando começam os créditos com um… never trust a clown. Genial!

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O original, com 35 anos, é um dos inquestionáveis da história do cinema; para muitos da minha geração, a versão director’s cut de 1992 é um filme de culto e é incrível como, apesar das renitências que tinha antes de o ver, este Blade Runner 2049 me conquistou.

Mesmo continuando na senda do futuro que continua a ser perigoso e pouco "sedutor" e do ritmo maioritariamente lento (e das quase 3 horas de duração e não tendo o “efeito novidade” do original), este mundo novo de imagens holográficas e seres artificiais que revelam emoções e procuram autonomia é um espetacular, poderoso e imperdível filme, com efeitos visuais absolutamente extraordinários – não desmerecendo, de todo, o original.

Versão Imax: tinha visto apenas “A Grande Muralha” nestas salas e fiquei com a sensação de que têm o condão de transformar um bom, num mau filme. De facto os argumentos de espetacularidade adicional são brutais e será uma experiência a repetir, com toda a certeza – sobretudo com os que efetivamente o mereçam.

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O efeito Netflix

11.05.17

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Enquanto em Portugal andamos ainda a discutir a passagem das audiências (e do investimento publicitário) em televisão dos canais abertos para o cabo, nos Estados Unidos, discute-se a passagem dos telespetadores dos canais cabo para as operadoras que “servem” conteúdos taylor made (Netlflix, Youtube, etc).

Na prática as mudanças do consumo no entretenimento estão a mudar rapidamente e de forma profunda, o que levou a que, por exemplo, a ESPN americana (“The Worldwide Leader in Sports”) avançasse no final de Abril para um layoff de 100 trabalhadores - entre os quais vários “pesos pesados” da estação, caras de grande reconhecimento por parte do publico americano.

Por lá chama-lhe o “efeito Netflix” e a colateralidade estende-se também (obviamente), ao cinema, onde a rede Cinepolis instalou em algumas das suas salas uma espécie de playground, com o objetivo de conseguir maior frequencia de familias na exibição dos filmes. Basicamente está aberto 20 minutos antes do inicio das sessões e nos intervalos de 15 minutos - e não sei se por cá seria adepto se aparecesse uma solução destas, mas gosto da inovação.

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Em destaque nos óscares, faltava-me ver um e outro (bom, falta-me ver também La La Land, mas verei provavelmente - e por acaso - num qualquer dia, num qualquer canal de televisão).

Talvez pelas expetativas elevadas - e mesmo sendo ambos filmes absolutamente extraordinários - tenho que confessar que depois de Manchester by the Sea, Eu Daniel Blake, Lion ou Silêncio, estes não me encheram tanto as medidas.

Em comum têm o “olhar” sobre os problemas sociais e o preconceito de forma muito peculiar. E interpretações muito (muito mesmo) acima da média - sobretudo as de Viola Davis e Denzel Washington em Fences.

São filmes com muitos enquadramentos de grande tensão e vários momentos de quase sufoco, em que a sinceridade e a hipocrisia se cruzam em inúmeras cenas. Obviamente, até pelos prémios atribuídos, valem bem as idas ao cinema; diria até que não os ver é quase “pecado”.

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Silêncio

25.02.17

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Tarde de aniversário, a meio da semana, passada numa sala de cinema. Em silêncio (e com 4 filhos, só Deus sabe como precisamos de silêncio), a ver o filme da vida de Scorsese, que passou de presumível candidato a Óscares a praticamente desprezado nas nomeações - injustamente, parece-me.

Com uma fotografia e um guarda-roupa absolutamente extraordinários, o filme (baseado no romance do japonês católico Shusaku Endo) conta-nos a história de dois padres jesuítas portugueses, que no séc XVII e recusando-se a acreditar nos rumores que relatavam que o seu mentor tinha rejeitado a fé cristã, rumam clandestinamente para o Japão à sua procura.

Numa altura em que a perseguição aos cristãos naquele país estava ao rubro, as provações, as incertezas, a fé inabalável de uns e os dilemas de outros perante o silêncio de Deus, fazem deste filme uma obra espiritual, em que a dúvida sobre os mistérios da fé é exposta de forma cruel - com as perseguições, a violência e o sofrimento físico e emocional sempre presentes.

O filme retoma o histórico etnocentrismo aplicado à religião, conseguindo o realizador de forma sublime e só ao alcance dos abençoados do cinema, mostrar os lados da fé cristã ou budista, sem inclinar a decisão dos espetadores para o caminho mais fácil - a sua própria crença.

Silêncio esteve em pré-produção cerca de 20 anos, chegou a ter outros atores apontados como protagonistas e foram muitos os que apostaram em como não se iria concretizar. Scorsese acreditou e disse às tantas que se faria “no tempo de Deus”. E fez. E ainda bem.

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Lion

06.02.17

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A simplicidade da narrativa é inversamente proporcional ao impacto que a mesma tem nos espetadores. Forte, difícil de digerir sobretudo para quem tem filhos e/ou uma relação de grande afetividade com os irmãos, este é mais um dos filmes em cartaz que, para quem gosta de cinema, é imperdível.

Baseado numa história verídica e nomeado para vários Óscares, conta-nos, numa primeira parte verdadeiramente angustiante, como o pequeno Saroo se perde do irmão numa estação de comboios, de como vai parar a Calcutá (a mais de 1.500 quilómetros de casa e sem falar bengali) e de como, apesar da solidão e das imensas dificuldades, se torna um sobrevivente com o destino traçado.

A segunda parte, maioritariamente passada na Austrália e depois de ser adotado, é menos intensa e tem menos “rasgo”. Saroo surge já adulto e a viver numa a espécie de tortura mental, em que as memórias da perda da família original, sobretudo do irmão Gudu, são uma constante que o levam a definitiva e obcessivamente dar o passo de a voltar a encontrar (e o momento final do reencontro é emocionalmente avassalador).

A fotografia é sempre brilhante e são muitas as passagens em que os silêncios ou os barulhos da rua ou dos comboios são fortes o suficiente para serem tão ou mais importantes que o contraste brutal das cores (apesar da extraordinária banda sonora). O filme é poderoso e cativante. Para Óscares, sem dúvida.

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Eu, Daniel Blake

25.01.17

Eu, Daniel Blake.jpg

Em contraciclo com as nomeações para os Óscares, este é um daqueles filmes que se ainda não viu… vá ver.

Comovente e de um realismo impressionante, centra-se num carpinteiro que impossibilitado de trabalhar - por recomendação médica após um ataque cardíaco - vê a segurança social considerá-lo apto e recusar-lhe os subsídios a que teria por lei direito, fruto da sua incapacidade.

Na absurda e injusta teia burocrática que se vê envolvido enquanto luta pelos seus direitos, conhece uma mãe solteira acabada de chegar a Newcastle (onde se desenrola o drama) e que acaba por, ao seu lado, ter uma história igualmente “pesada” e marcante.

A esperança que dois seres humanos desconhecidos depositam um no outro perante um sistema social infernal e cínico, o desespero, a caricata revolta de Daniel num suposto ato de vandalismo (que acaba em comédia) e a passagem de Katie pelo banco alimentar valem bem a Palma de Ouro recebida em Cannes, o ano passado.

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manchester by the sea.png

Fui ver a semana passada e gostei francamente.

Apesar de já vencedor de uma série de prémios e nomeado para tantos outros (incluindo 5 Globos de Ouro), não é, de todo, uma produção “à Hollywood”.

Com algum humor negro à mistura, tem uma interpretação excecional de Casey Afflek (vencedor do Globo de Ouro de melhor ator, na categoria drama), que surge como o protagonista monossilábico de expressão inexpressiva e um rumo de vida sem interesse absolutamente nenhum.

É um filme simples, tremendamente realista, focado em várias tragédias familiares de pessoas vulgares. Passado essencialmente numa vila piscatória, está repleto de poderosos flashbacks e encontros (o do protagonista com a ex-mulher é de uma intensidade brutal), que associados à permanente melancolia chegam a ser angustiantes e quase agoniantes (sobretudo para quem tem filhos).

À data de hoje, são muitas as publicações americanas de prestígio que colocam o Manchester by the Sea no topo dos filmes do ano e quase parecem querer “levá-lo ao colo” a caminho das nomeações para os Óscares, em detrimento de super-heróis ou de criaturas sobrenaturais – e isto diz muito sobre o seu valor.

Vai encher a alma de quem o visionar; recomendo vivamente que o façam.

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